A força do ego.
Ontem estava bem tranquila, na fila de um supermercado aqui de Curitiba, quando começa (não sei dizer como) um bafafá ali no caixa.
O homem que passava suas compras começou a ofender a caixa do mercado. Dizendo que ela era mal-educada. E ele dizia isso num tom bem mal-educado também. Mas na cabeça dele a educação deve ser uma via de mão única.
Fiquei observando a reação da moça. Ela segurou bem. Ficou em um silêncio absoluto. Mas o senhor continuou provocando, até que aos 45 minutos do segundo tempo ela acabou perdendo a paciência e revidou. Então ele foi embora. Acho que precisava descarregar, só isso. Conseguiu o que queria.
Com isso, fiquei pensando o quanto nosso autocontrole é posto a prova diariamente. A carga não vem só de fora, vem de dentro também! E toda essa carga pode ser transformada em energia disponível para o ego produzir. A força do ego vem de uma fonte inconsciente, e se ele for resistente o suficiente para aguentar uma alta carga de energia psíquica, e fazer algo produtivo com ela, esse ego está feito!
Um ego forte não é aquele que sai dando chilique nos mercados da cidade gratuitamente. Esse aí não aguenta muita coisa…
Mas tampouco deve ser aquele que se cala, que não sente nada, e vive alheio as suas próprias emoções.
O ego forte, que se “apropria” da energia psíquica, suporta bem as ondas internas e as bombas externas, e tem coragem e força suficiente para se colocar na forma e no local oportuno.
Não vou me cansar de frisar a importância dessas três palavras em negrito: forma, local, e oportuno. É um bom trio de palavras.
Um ego forte é guerreiro. Mas ele luta a boa luta. Luta por seus ideais. Isso é muito diferente de gastar sua energia psíquica em brigas sem fundamento e objetivo. Isso tem mais a ver com colocar em prática seus ideais. Se para o homem do mercado educação estivesse em um alto conceito moral, e se seu ego tivesse se apropriado disso, ele não a teria perdido.
O ser humano precisa reconhecer sua força, e empregá-la conscientemente naquilo que tem valor. Essa força, essa energia psíquica, se não for bem aproveitada, vira bafafá inútil. Crimes. Compulsões. Depressão. Destrutividade. E assim por diante.
E se bem aproveitada, é a chama que nos move e nos faz produzir maravilhas, das quais só o homem é capaz.
Espetacular!