Ahhhhhhh, o tédio…
Ah o tédio. Quem nunca passou por isso. Vez ou outra esse sentimento nos pega, especialmente aqueles que estão com tempo de sobra. Não que quem se ocupe não possa ser pego por esse sentimento de vazio e de falta de sentido nas coisas da vida, mas ao menos os ocupados estão distraídos.
Ninguém gosta de sentí-lo. O tédio denuncia um dívida em relação às nossas vidas. Algo que deveríamos ou poderíamos estar fazendo por nós e por outros mas que a falta de ânimo não permite. E ao invés de entendermos essa mensagem e colocarmos a “mão na massa”, inventamos distrações… ocupações… que desvie esse olhar para dentro e para o nada e o coloque em qualquer lugar longe de nosso cerne.
O remédio para o tédio não está fora… não está num salvador que te tire dessa letargia, não está em uma distração das idéias… está apenas no caminho de responsabilidade que você tenta escapar….
Sabe, acho que a questão do tédio está muito ligada à da procrastinação, e de como é difícil colocarmos nossa energia psíquica em ação quando ela está a tanto tempo parada, letárgica… A questão, pra mim, é: Como fazer despertar a pessoa desse tédio, dessa procrastinação, como fazer investir essa energia que está parada sem esse salvador?
Não que o salvador não exista, mas o papel dele deve ser diferente daquilo que o outro espera.
O salvador não pode ser aquele que resolve os nossos problemas, e sim aquele que devolve essa responsabilidade em nossas mãos, que nos ajuda a entender que a vida é feita de escolhas e que se algo precisa ser mudado, pois bem, vá é mude!
E o salvador também precisa saber que ele próprio não é tão poderoso quanto gostaria, e as vezes as pessoas preferem viver na queixa do que pagar o preço que a vida cobra para a auto-realização.
Ninguém desperta ninguém do tédio. Só o self =)